Fotógrafo

Passei uma parte da minha infância no Rio de Janeiro, minha cidade natal, meu pai que era militar, e fora dessa atividade exercia a de fotografo profissional, naquela época pelos idos de 1960, tinha que preparar seus próprios químicos para revelação dos filmes e papel fotográfico, sem dúvida uma tarefa árdua se comparado as práticas fotográficas e de impressão de imagens de hoje, cresci sentindo o cheiro desses materiais dentro do laboratório de meu pai, que mostrava-me com toda paciência a sua arte, e eu ficava ali prestando atenção na mágica da transformação, de um simples papel em branco, depois de receber um feixe de luz por alguns segundos e submerso numa bacia com um liquido, e depois outro, aos poucos se transformar em uma belíssima imagem em preto e branco. E assim foi crescendo cada vez mais minha paixão por essa profissão, que demanda muita prática e estudo, pois ao contrário que muita gente imagina, para ser um fotógrafo não basta apenas ter uma máquina, e enquadrar uma cena e apertar o botão, isso qualquer pessoa pode fazer até mesmo com o seu aparelho celular. O fotografo tem que ter a alma de um poeta, as pinceladas de um artista plástico e a visão de um filosofo.